quinta-feira, 8 de julho de 2010

RELATO PESSOAL



MUNDO CRUEL
Oi, meu nome é Tiquinho. Sou um pequeno pardal. Ultimamente, sinto-me muito só.

Tempos atrás, eu era cercado de amigos. Na verdade, era o mais forte e o mais veloz de todos de nosso bando, até que certo dia aconteceu uma tragédia: fui tomar meu café da manhã com os outros pássaros e percebi que as migalhas de comida caiam de meu bico. Ele estava quebrado!

A partir de então, todos começaram a se afastar de mim, talvez pelo fato de que naquele momento estava fraco por não podia comer. Os amigos que pensei que tinha não sabia mais onde estavam. A verdade é que ninguém se importou em me ajudar no momento em que tanto precisei.

Nos primeiros dias, não foi tão difícil tentar sobreviver. Eu ainda conseguia retornar ao nosso ninho, mas uma semana depois tive que procurar outro lugar para me abrigar, pois minhas asas já não suportam o peso do meu pequeno corpo.

Fiquei mais fraco a cada dia. Não conseguia mais voar. Queria encontrar uma solução ou alguém que ficasse ao meu lado e me ajudasse. Mas o que parece é que as pessoas não viam o que acontecia comigo, aliás, não só comigo. Parece que não enxergam nada além do próprio umbigo, ou bico.

Eu só queria que me ajudassem, que me dessem atenção e não passassem por mim como se não houvesse nada errado, como se não houvesse ninguém sofrendo.

Na verdade, o que eu mais queria é que eles pudessem enxergar o que eu tenho por dentro: os sentimentos! Mas esse nosso mundo se torna cada vez mais fútil e as pessoas só se importam com as aparências e se esquecem de que, independente da cor das penas e da força das asas, há um ser com sentimentos, problemas e dores reais, que sofre com a exclusão e o desprezo.

Queria que fizessem comigo como na citação de um certo livro do qual não me recordo o nome: “Tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber”.

(Camila Albuquerque e Manuela Raya - Segundo ano B- Colégio Ressurreição- Baseado no texto "Bicos Quebrados", traduzido por Marina Colassanti)

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