quinta-feira, 8 de julho de 2010

ARTIGO DE OPINIÃO



O CÉREBRO PELA VIDA

Estão cada vez mais recorrentes na mídia casos de pessoas que são autorizadas por juízes a praticarem o aborto do feto anencéfalo (sem cérebro). Essa decisão judicial tem gerado discussões entre médicos, juízes, órgãos defensores dos direitos humanos e a igreja. Toda essa balbúrdia, de modo geral, está centrada na seguinte questão: um feto sem cérebro tem vida? Para chegarmos a uma conclusão coerente, é preciso que nós, possuidores de cérebro, pensemos racionalmente e nos coloquemos no lugar dos pais de crianças sem cérebro.

Segundo a medicina, normalmente, uma criança anencéfala tem possibilidades mínimas de viver mais de 20 segundos. Com esse tempo, não daria para o bebê sentir o cheiro da mãe e talvez nem para respirar o ar terráqueo. Então, para quê submeter uma mãe ao desconforto e aos riscos de um parto, que só prolongará o sofrimento por mais alguns meses, sabendo que essa dor poderia ser evitada com o aborto?

O principal argumento usado pelos opositores ao aborto está fundamentado no caso da menina anencéfala de Franca- SP que viveu um ano e oito meses. Essa menina, durante seu limitado tempo de vida, não falou, não andou, não comeu e nem respirou sozinha, causando uma desestruturação da família, que viveu em sua função, sabendo que sua morte seria inevitavelmente em breve. Maior do que a vontade materna de esperar pelo parto para pelo menos ver o rostinho do bebê é a possibilidade de que o bebê viva por algum tempo sofrendo e dependendo de aparelhos para esperar o dia de morrer.

Como dito acima, chegou sua hora de usar esse órgão que lhe foi concebido para concluir que há como alimentar uma esperança onde não há esperança. Quem ama o próprio filho não quer vê-lo sofrer, e quem usa sua capacidade cerebral para o bem não deve permitir que o sofrimento de um filho se alastre e aumente também o martírio de uma família.
(Felipe Baldo- Extensivo Etapa- Colégio Ressurreição)

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